De acordo com a etimologia da palavra o termo “privacidade” deriva da palavra inglesa “privacy”. É um substantivo feminino que diz respeito ao que é privado, identificando a qualidade de alguém em particular. Fala sobre o que representa a vida privada de cada pessoa, aquilo que lhe é mais particular.

O que representa a privacidade em nossa sociedade

Desde a criação dos mais remotos agrupamentos humanos as pessoas se reuniam em atividades coletivas e públicas e depois se recolhiam em atividades mais individuais e privadas. Até os povos que mais apreciavam os contatos com outros grupos também buscavam momentos de reclusão e ensimesmamento. O estado privativo representa os momentos em que cada pessoa necessita de momentos de solidão, de estar sozinho com suas próprias demandas, em situações em que estar consigo mesmo é a melhor referência em ausentar-se da aglomeração da convivência com outras pessoas. 

Quantos de nós já não sentiu a grande necessidade de estar sozinho, sossegado, sem barulhos, na quietude de seu lar, um bom livro, uma boa música, junto apenas de seu celular ou então com as pessoas que gosta. 
Quem já não pensou em morar em uma ilha deserta ou em uma “cidadezinha pacata e confiável” onde a mínima exposição representa o maior benefício de se viver em sociedade. E, no auge da sociedade tecnológica-digital, manter sua privacidade nunca foi tão importante e desafiador.


Os problemas da falta de privacidade

Com o advento das novas tecnologias e o fortalecimento das mídias sociais a noção de privacidade ficou “perdida” e a vida das pessoas está mais pública e exposta aos olhos de todos. Comunicar-se presencialmente já não é mais tão “up” e o que mais importa é ter sua vida na publicidade, ter uma legião de seguidores e ter seus comportamentos expostos e repetidos diariamente.  De repente ser você mesmo não está mais na moda. O mais legal é aparecer, acontecer. Portanto, adeus privacidade. 

A privacidade hoje ficou bem comprometida. Precisamos de senha e seguro para celular, lista e registro de bens pessoais, guarda-costas, comprovantes de rendimentos, cupons fiscais para as compras, espaços virtuais registrados, tags para reforçar nossas atitudes, pensamentos e sentimentos. Vivemos então o contraponto entre o forte desejo de “aparecer” e arrastar multidões e a grande necessidade fóbica de manter nossa vida privada e escondida. 
Poxa vida!!! Que novo mundo é esse?

Sua vida toda é controlada por meio de códigos, números, senhas, endereços por inúmeras empresas e governos. É uma estreita relação entre custo-necessidade-benefício. Os especialistas entendem que com a evolução e desprendimento da sociedade atual não há como se ter uma vida em completa privacidade. Somos um verdadeiro “livro aberto”. Somos um conjunto fortalecido de informações que é útil para o desenvolvimento de políticas públicas e privadas, por isso a privacidade hoje é um fenômeno bastante relativo. A privacidade só existe realmente para atender aos interesses de governos e corporações. Coisas do mundo pós-moderno. Mas não era isso tudo que a gente queria? 

Parece-nos que hoje, controlar e manter a sua própria privacidade, deve ser um exercício mais pessoal. Não devemos ficar esperando ações de agentes externos. Nós mesmos temos que descobrir, valorizar e fortalecer o que nos é importante. É a nossa vida e isso é o que realmente importa. 

“Não viva de aparências, elas enganam. Não viva de mentiras, elas são descobertas. Nunca viva pelos outros, viva por você. 
(facebook.com/vidascriativas)”

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