A vida e o medo da morte

Neste post vamos abordar um tema que muitas pessoas não gostam de conversar sobre: o medo da morte. 

O que é o medo

As definições dos dicionários indicam que a palavra medo significa uma espécie de perturbação diante da ideia de que se está exposto a algum tipo de perigo, que pode ser real ou não. Pode-se entender ainda o medo enquanto um estado de apreensão, de atenção, esperando que algo ruim vá acontecer. Para além das definições da palavra, o medo é uma sensação. Essa sensação está ligada a um estado em que o organismo se coloca em alerta, diante de algo que se acredita ser uma ameaça. 
(https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/medo.htm)
Mas o medo não pode ser considerado como sendo um fator apenas negativo em nossas vidas. Ele também é muito positivo na medida em que representa um estado de alerta altamente relevante para a sobrevivência da espécie humana. O medo coloca a pessoa em um estado pleno de antecipação que permite a ele prever perigos, avaliar condições do ambiente e da situação e prever rapidamente estratégias para resolver problemas. 

O significado da morte

A morte (do termo latino mors), óbito (do termo latino obitu), falecimento (falecer+mento), passamento (passar+mento), ou ainda desencarne (deixar a carne), são sinônimos usados para se referir ao processo irreversível de cessamento das atividades biológicas necessárias à caracterização e manutenção da vida em um sistema. Para muitas pessoas a morte representa o total encerramento da vida, a expressão da sua finitude. Para outras representa um rito de passagem onde a pessoa fenece apenas em seu corpo físico e faz uma travessia para outras dimensões a caminho de sua completude supra terrena. A morte corresponde a uma sensação desagradável que se desencadeia na pessoa pela súbita percepção e sensação de perigo, que pode ser real ou imaginário.

O medo da morte

Desde os tempos mais remotos nos quais os seres humanos se agruparam para viver coletivamente eles experimentaram diversos tipos de medo, entre os quais o medo da morte. Este medo foi muito moldado pelas condições ambientais adversas de vida e reforçado pelos conteúdos espirituais dos rituais religiosos das comunidades. Mesmo com a progressão da humanidade até atingirmos a era do pleno desenvolvimento tecnológico atual as pessoas têm medo da morte e do desconhecido que essa condição representa em sua vida. 
A morte parece uma condição pouco palpável, muito abstrata para cada pessoa, que vive esta condição de acordo com a vida que leva e os valores em que acredita. Vejamos alguns fatores que podem suscitar o medo da morte nas pessoas:

Quando estamos doentes fisicamente nos sentimos desamparados, pois nosso corpo físico perece em sua energia e nesta condição a morte nos amedronta. Aí você se pergunta - Como eu cheguei assim até aqui?
Quando estamos doentes psiquicamente nos sentimos frágeis e vulneráveis, pois nossos estados psicológicos ficam alterados e prejudicam nosso entendimento da realidade e a consciência se altera. Aí vem a dúvida - Será que estou tão mal assim?
Quando estamos em dificuldades financeiras moderadas ou graves nos sentimos sem rumo, pois as opções para o enfrentamento da situação parecem meio sem solução ou saída. Aí você tem a dúvida - Será que tem alguém que possa me ajudar?
Quando estamos enfrentando dificuldades no relacionamento amoroso, pois as questões afetivo emocionais são muito desnorteadoras da nossa vida. Muita gente dá palpite, mas pouca gente ajuda de verdade. Aí você se pergunta – Quando tudo isso vai passar?
Quando estamos enfrentando problemas no trabalho, ou com as tarefas desempenhadas ou com as pessoas com as quais trabalhamos. Passamos mais tempo no trabalho e no transporte do que em casa. O trabalho é um local de tensão e desejos de morte reprimidos. Aí você pensa– Sempre dá para piorar?
Quando estamos nos sentindo sem propósito de vida e sem planos para o futuro. Sentimos que nossa vida não tem sentido. Aí você reflete – O que é que estou fazendo aqui nesse mundo?
• E muitos outros motivos mais ......

Muitas vezes o medo da morte não significa o ato de morrer em si, mas a morte de nossos planos, de nossos sonhos, de nossas boas realizações, de nossos agradáveis relacionamentos, a morte de um corpo sadio e uma mente equilibrada, a morte de bons afetos como o amor, o respeito, o prazer de viver e compartilhar.

O que fazer para valorizar a vida e dissipar o medo da morte

Aproveite a vida diariamente. Ela foi feita para ser vivida um dia de cada vez. Não fique remoendo coisas que ainda não aconteceram e podem nem acontecer no futuro.
Entenda os medos que você tem e se precisar procure ajuda profissional especializada.
Faça um checkup e veja como anda sua saúde física. Não adie o que precisa ser concertado.
Procure a ajuda de um profissional de psicologia para saber como está sua vida afetivo emocional, para entender a si mesmo e as pessoas com as quais convive.
Procure resolver, um de cada vez, os problemas no ambiente de trabalho. Não é possível ter sossego para se trabalhar com questões técnicas, profissionais e pessoais pendentes.
Redimensione em sua vida algumas práticas que são muito significativas para você entender sua existência como pessoa. Se for de seu verdadeiro interesse procure alguma prática religiosa, espiritual, refletiva, entre outras.
Procure leitura especializada sobre questões que envolvem as representações da morte na vida do ser humano. A busca do conhecimento ameniza muitas inseguranças e nos tira o véu da escuridão e da ignorância.
Desenvolva atividades para si próprio e para outras pessoas que valorizem o real sentido da vida. Só assim você se sentirá realmente útil e poderá colocar seu foco em coisas que realmente importam, ao invés de ficar se preocupando desnecessariamente com o dia que vai morrer. 
Portanto viva bem com você mesmo, com os outros e aproveite o momento. Tenha uma boa vida!

“Pra quem tem fé a vida nunca tem fim.”
(O Rappa)

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