Os motivos para ser feliz na vida

Quantos de nós já não se perguntou – será que eu sou realmente feliz? Será que tenho tudo o que quero da minha vida? A partir dessas duas perguntas pensei em trazer aqui algumas reflexões sobre os motivos que nos levam a pensar em como ser feliz na vida.
O que é a felicidade
Você já se perguntou antes: eu sou uma pessoa feliz? Minha vida está completa? Tenho as coisas das quais preciso? Consegui atingir os patamares do sucesso, da plenitude, da grandeza na vida?
A felicidade é uma emoção básica caracterizada por um estado emocional positivo, com sentimento de bem-estar e de prazer, associados à percepção de sucesso e à compreensão coerente e lúcida do mundo. O Dicionário Houaiss da língua portuguesa (2004) define felicidade como: “1. qualidade ou estado de feliz, estado de uma consciência plenamente satisfeita, satisfação, contentamento, bem-estar; 2. boa fortuna, sorte; 3. bom êxito, acerto, sucesso”.
Nos tempos atuais, a felicidade é considerada um valor tão precioso e indiscutível que, como um exemplo emblemático, podemos citar a Declaração de Independência dos EUA, que registra que “todo homem tem o direito inalienável à vida, à liberdade e à busca da felicidade”. Em rigor conceitual e em termos práticos todos os povos, todas as culturas, toda e qualquer pessoa pensa em felicidade e pensa em formas de ser feliz.
Diversos estados e experiências podem produzir felicidade. Alguns exemplos são: o amor, a alegria, a saúde, a saciedade, o prazer sexual, o contentamento, a segurança e a serenidade. Emoções como tristeza, medo, raiva e nojo, além de estados afetivos como ansiedade, angústia, dor e sofrimento, costumam diminuir a felicidade.
Cloninger (2004) considera que “felicidade” é a expressão que traduz a compreensão coerente e lúcida do mundo; ou seja: a felicidade autêntica requer uma maneira coerente de viver. Isso inclui todos os processos humanos que regulam os aspectos sexuais, materiais, emocionais, intelectuais e espirituais da vida. O autor acredita que tais aspectos (sexo, posses materiais, poder, relações interpessoais, entre outros) podem ser adaptativos ou não, a depender do grau de consciência que as pessoas têm de seus objetivos e valores.
Brasil, considerado por pesquisas, como o 12º país mais feliz do mundo
Proposta de Emenda à Constituição nº 19, de 2010, altera o artigo 6º da Constituição Federal, para incluir o direito à busca da Felicidade por cada indivíduo e pela sociedade, mediante a dotação pelo Estado e pela própria sociedade das adequadas condições de exercício desse direito.
O Art. 6º diz que (...) são direitos sociais, essenciais à busca da felicidade, a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Trazemos na esteira da indicação acima o pensamento do sociólogo e psicólogo social Ruut Veenhoven (1991) que define a felicidade como “o grau em que um indivíduo avalia a qualidade de sua vida”. Em outras palavras, o quanto a pessoa gosta da vida que leva, de modo que a felicidade pode também ser chamada de “satisfação com a vida.”
Por si só, o Brasil tem uma fama de “pais tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, mas que beleza”. Parece que por aqui todos são bons, bonitos e felizes. Como se a felicidade fosse uma condição intrínseca a pessoa e que pouquíssimas condições externas ao indivíduo seriam necessárias para criar a condição de felicidade.
A felicidade é uma condição do desenvolvimento humano. Nos deparamos com essa busca em todos os períodos de nossa existência. Muitos especialistas dizem que, nós humanos, não somos essencialmente felizes, mas aprendemos a obter essa condição a partir das condições vividas em nossa cultura e a partir da convivência em distintos grupos sociais.
Mas quais condições seriam essas?
Condições para entendermos os motivos e encontrarmos felicidade
A felicidade representa uma condição dicotômica em sua instalação no universo humano. Temos condições simples, intermediárias e complexas de vida e que possibilitam em variadas situações no tempo e no espaço o atingimento desta interessante vivência de bem estar, de prazer e consciência de plenitude.
• Em sua dimensão de simplicidade
podemos nos sentir felizes quando nos deparamos com o observar de uma situação comum na natureza (uma borboleta voando no jardim) onde nos sentimos bem e felizes com a imagem e somos “apanhados no momento”.
• Em sua dimensão intermediária
podemos vivenciar a felicidade quando um filho arruma seu primeiro emprego ou conquista uma vaga no vestibular. Saímos de nossa vivência meramente individualista e vivemos a plenitude de “ser feliz pela felicidade do outro”.
• Em sua dimensão mais complexa
vivenciamos condições mais espiritualistas e menos materialistas do que seja a felicidade. Quando, por exemplo, entendemos o significado da espiritualidade em nossa vida ou quando fazemos as pazes com nós mesmos sobre algumas condições da vida que até então estavam mal resolvidas. É uma condição feliz que demanda amadurecimento e mais vivência consciente sobre nós mesmos ou a realidade a nossa volta.
Onde está a felicidade?
• Pode estar em si próprio
quando você para a se conhecer melhor, se aceitar melhor, aprender a valorizar as suas potencialidades, transformar as suas limitações e buscar aquilo que realmente te faz bem com você em primeiro lugar.
• Pode estar na convivência com a sua própria família
quando você busca conhecer a todos, respeitar as diferenças e colocar mais presente sua voz ativa.
• Pode estar na convivência com o seu grupo de amigos.
Compreender, apoiar, partilhar, escutar, falar, defender seus pontos de vista. Ser você mesmo e não desmerecer nunca o próximo, principalmente quando o próximo está próximo demais.
• Pode estar no ambiente de trabalho.
O trabalho é quase como nossa segunda casa. Ele é o local de aprendizagem permanente, convívio e necessidade. Trabalhar é muito bom e é bom porque tem muitas pessoas. Contudo, se não estiver agradando e não tem como mudar mesmo, troque de emprego.
• Pode estar na vivência espiritual.
Uma das boas formas de crescimento pessoal é o encontro de nossa razão essencial, de nossa cultura espiritual, cultivando nossa crença, fé e filosofia. Seja por meio de uma prática religiosa, por meio da meditação, da prática da yoga ou da leitura filosófica exercite o aprofundamento espiritual.
• Pode estar no encontro das pequenas e boas coisas da vida.
As vezes passamos muitos momentos da vida procurando felicidade em grandes coisas, mas nos esquecemos dos pequenos momentos que também nos causam bem estar: tomar um café na padaria com o amigo, fazer a feira com o parceiro, montar um quebra cabeça com os netos, assistir um bom filme na companhia dos pais, apreciar o entardecer com o amor da nossa vida, dar um belo cartão de aniversário para um colega de trabalho, entre outros.....
Lembre-se que ser feliz é uma condição pessoal e pode sempre ser entendida de dentro de você para fora, no mundo!!!
“A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira.”
(SABEDORIA ORIENTAL)