Bullying na Escola - comportamento indigesto

Qual de nós já não passou pela sinistra e traumática experiência do bullying? E quem sabe, qual de nós já não praticou bullying contra alguém? É de se pensar nos efeitos maliciosos e danosos da prática do bullying para a nossa vida pessoal e em grupo. Vamos então refletir um pouco a respeito.

O que é o bullying

O conceito de bullying não existe há tanto tempo assim. Passou a ser catalogado como um comportamento abusivo sistemático há aproximadamente trinta ou quarenta anos, nos anos 80 na Noruega com o professor universitário Dan Olweus. Pode ser associado com variados comportamentos indesejáveis que vão deste a mais simples intimidação psicológica até as mais concretas ações de violência física e abuso de poder.
Segundo Ballone (2005), o termo bullying compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorre sem motivações evidentes, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), executadas dentro de uma relação desigual de poder. Podemos então inferir seguramente que o bullying tem um território muito fértil nos ambientes escolares.

O bullying se encontra presente, possivelmente, em diversos comportamentos, tais como, colocar apelidos, ofender, zoar, gozar, sacanear, humilhar, discriminar, excluir, isolar, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, dominar, agredir, bater, chutar, empurrar, ferir, roubar, quebrar pertences, etc. Pode também ser praticado por meios eletrônicos. Mensagens difamatórias ou ameaçadoras circulam por e-mails, sites, blogs (os diários virtuais), pagers e celulares. (Rebello Jr., s.d.)

No ambiente escolar, o bullying pode ser definido como uma forma de agressão praticada por um ou mais estudantes contra outro(s), de maneira intencional e repetidamente, que ocorre sem motivação evidente, causando dor e angústia – sendo caracterizada também pela relação desigual de poder. (Netto, C., 2018)

Os percalços de sofrer e  praticar bullying

O bullying é uma prática danosa para toda a comunidade na qual se situa. Para o indivíduo que sofre o bullying gera imediatamente um sentimento de discriminação, preconceito e humilhação e com o tempo se aprofunda a condição de vulnerabilidade, impotência e medo. Na maioria das vezes o indivíduo abusado precisa recorrer a pessoas de autoridade em seu âmbito de convivência para denunciar as ocorrências e resolver a situação.
Muitas pessoas acham que os indivíduos praticantes de bullying não sofrem. Estão enganados. Os praticantes de bullying ao longo do tempo também serão considerados “persona non grata” e automaticamente serão discriminados e preconceituados em seu círculo social. A sociedade deveria estar realmente preparada para acolher e atender essas duas modalidades de pessoas que estão no meio do olho do furacão dos relacionamentos sociais disfuncionais.
Dos que sofrem bullying a sociedade tem pena e os que praticam não se faz muita coisa a respeito. O que ambos os envolvidos necessitam é de um conjunto de estratégias de acolhimento, identificação da problemática, mediação, conciliação, aconselhamento e punição adaptativa. 
Muitas vezes as situações de bullying na escola duram muito tempo, e o indivíduo que é vítima passa por toda uma trajetória de situações e inconvenientes em sua vida escolar. Em muitos casos a pessoa chega a sair do ambiente e nunca houve uma verdadeira possibilidade de reclamar das ocorrências e de resolver os problemas. O que fica é a experiência ruim e muito trauma.

Tipos mais frequentes de bullying

O termo ‘bullying’ é derivado de uma palavra inglesa – bully – que expressa o significado de indivíduo valentão. Representa alguém que tem poder e força sobre uma pessoa ou grupo e passa a utilizar dessa sua condição para ameaçar, punir e infligir sofrimento a alguém menos forte ou favorecido.
A partir desta concepção temos então os tipos mais comuns de bullying praticados:

1- Físico – se dá pelo uso de agressões físicas e pelo toque.
2- Verbal – se dá pelo uso da comunicação verbal, palavras de baixo calão e humilhações.
3- Material – se dá pelo dano que o agressor causa nos pertences materiais do indivíduo agredido.
4- Psicológico – se dá pela prática de comportamentos ou ações agressivas, violentas, discriminadoras entre outras contra a vítima. Muitas vezes também racistas.
5- Cyberbullying – se dá pelas práticas ofensivas contra a vítima por meio de recursos tecnológicos usando a internet ou outros recursos para promover ataques. 

Como resolver as situações de bullying

Promover extensa capacitação para a comunidade (alunos, familiares, professores, funcionários) sobre o que é o bullying e todas as suas intercorrências.

Saber identificar todos os sinais característicos da ocorrência de bullying no ambiente escolar: problemas de notas baixas, diminuição da frequência escolar, excessiva timidez, diminuição da higiene pessoal, etc.

Estruturar um departamento de atendimento especializado para alunos com profissionais competentemente formados.

Estabelecer canais de abertura para comunicação com as famílias.

Desenvolver um programa estruturado de atividades para os alunos que implementem os valores mais positivos de convivência.

Encaminhar para atendimento especializado fora da escola os casos mais graves, para todos os envolvidos na situação.

“CHEGA DE BULLYING. RESPEITO É BOM E EU GOSTO”
(autor desconhecido)

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