Todos passamos por Crise

Todo e qualquer ser humano passou, passa ou passará por uma crise em sua vida. Oriunda do latim, o termo crise tem o mesmo sentido da palavra vento. Indica, um estágio de alternância na vivência de situações positivas e negativas, sendo que uma vez transcorridos os fenômenos negativos a pessoa sente que sua vida atual já não é mais a mesma de antes. 
A expressão “crise” definida pela palavra grega krisis, significa “decisão” e deriva do verbo krino, que quer dizer “eu decido, separo, julgo” (Moreno, Peñacoba, González-Gutierrez & Ardoy,2003; Sánchez & Amor, 2005). “Crise”, ainda pode ser definida como um estado de desequilíbrio emocional do qual uma pessoa que se vê incapaz de sair com os recursos de afrontamento que habitualmente costuma empregar em situações que a afetam emocionalmente (Parada, 2004).

Entendendo a crise
A crise pode ser entendida como toda a situação de mudança a nível biológico, psicológico ou social, que exige da pessoa um esforço suplementar para manter o equilíbrio ou estabilidade emocional. Corresponde à momentos da vida de uma pessoa ou de um grupo em que há ruptura no seu equilíbrio e perda ou mudança dos elementos estabilizadores habituais. 
A crise é, sem dúvida, uma condição de reação frente a uma situação de perigo, capaz de ameaçar a integridade da pessoa. O indivíduo pode apresentar sinais e sintomas clínicos em resposta ao estado provocado pela crise, necessitando, por consequência, de alguma intervenção para a sua resolução. (Sá et alli, 2008)
Segundo especialistas em comportamento humano a crise na vida da pessoa ou de um grupo não fica estagnada. A crise evolui e esta condição pode ser benéfica ou maléfica, dependendo de fatores que podem ser tanto externos, como internos. Toda a crise conduz necessariamente a um aumento da vulnerabilidade, mas nem toda a crise é necessariamente um momento de risco. Pode, eventualmente, evoluir negativamente quando os recursos pessoais estão diminuídos e a intensidade do stress vivenciado pela pessoa ultrapassa a sua capacidade de adaptação e de reação.

O estado de crise é limitado no tempo, quase sempre se manifestando por um evento desencadeador, e sua resolução final depende de fatores como a gravidade do evento e dos recursos pessoais e sociais da pessoa afetada (Moreno et alli, 2003). Liria e Veja (2002) consideram que o desenlace de uma crise pode ameaçar a saúde mental ou ser um marco para mudanças que permitam um funcionamento melhor do que o anterior ao desencadeamento do evento. De tal forma, quando a crise é resolvida satisfatoriamente, ela pode auxiliar o desenvolvimento do indivíduo; caso contrário, poderá constituir-se em um risco, aumentando a vulnerabilidade da pessoa para transtornos mentais.
Mas a crise é vista, de igual modo, como uma ocasião de crescimento. A evolução favorável de uma crise, conduz a um crescimento, à criação de novos equilíbrios, ao reforço da pessoa e da sua capacidade de reação a situações menos agradáveis.


Situações de Crise
Passamos por muitas coisas na vida que representam crise em nossa existência. Sendo assim passamos por crises em todas as etapas da vida. Vejamos algumas:
Na infância, com nossos ajustamentos aos pais, irmãos, família em geral, amiguinhos da escola, vizinhos, etc.

Na adolescência, com nossas crises existenciais, com o corpo, a psique, o espelho, as notas e os amigos da escola, a autoridade dos pais, etc.

Na vida adulta, com nosso enfrentamento da vida adulta e as responsabilidades no trabalho, nos estudos, no casamento, com dinheiro, com o sucesso, na criação dos filhos, cuidados com a saúde, expectativas de futuro, etc.

Na terceira idade, com a constatação da restrição do corpo físico, separação da família, perda da autonomia e da finitude da vida.


Ajuda para sair da crise
Slaikeu (1996) postula três princípios para ajudar o indivíduo em situação de crise:

1- PRINCIPÍO DA OPORTUNIDADE. Ajudar a pessoa a encontrar novas estratégias de enfrentamento com as circunstâncias atuais da sua vida.

2- PRINCÍPIO DA META. Ajudar o indivíduo a recuperar o nível de equilíbrio que tinha antes ou a atingir um nível que permita superar o momento crítico. 

3- PRINCÍPIO DA AVALIAÇÃO. Aqui se abrangem os aspectos fortes do indivíduo e suas debilidades vividos na situação de crise. Verificar o que está funcionando ou não na sua vida.

Para tanto é necessário em todas as vezes resolver as situações de crise de forma gradativa, na medida do que é possível se suportar e em muitos casos e situações procurar a ajuda de um profissional especializado. 

"A DOR FAZ VOCÊ MAIS FORTE. O MEDO FAZ VOCÊ MAIS CORAJOSO. A PACIENCIA FAZ VOCÊ MAIS SÁBIO."
(Sabedoria Oriental)


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