Sobre os Transtornos Alimentares – parte I - ANOREXIA
Cada vez mais a vida na modernidade vem produzindo distúrbios e desajustamentos no indivíduo os quais afetam seu organismo, sua psique, suas relações afetivo-emocionais e suas relações de autoidentidade entre outros problemas. Hoje abordaremos neste post os transtornos alimentares. Eles afetam sobremaneira mulheres e as mais jovens gerando um número significativo que compõem as estatísticas deste tipo de patologia. Se não tratados os transtornos podem deixar inúmeras sequelas físicas, psicológicas e sociais bem como levar inclusive ao doente à morte.
O que são transtornos alimentares
Os transtornos alimentares são distúrbios caracterizados por mostrar perturbações no comportamento alimentar e que podem levar à distintos quadros como a obesidade extrema, ao emagrecimento extremo, à problemas físico-orgânicos e problemas afetivo-emocionais.
Muitos autores especialistas neste tipo de distúrbio identificam os transtornos alimentares como síndromes (conjunto de sinais e sintomas) que podem estar bastante ligadas ao tipo de cultura e consequentemente às determinadas sociedades onde estas pessoas portadoras destes distúrbios fazem parte. Segundo pesquisas científicas alguns dos mais significativos transtornos alimentares tem maior prevalência em indivíduos do gênero feminino, em idades mais jovens, nas classes sociais mais privilegiadas e geograficamente localizadas no ocidente.
Os tipos de transtornos alimentares
Existem vários tipos de transtornos alimentares. Muitos conhecidos, outros nem tanto. Mas todos representam um grande prejuízo ao portador do transtorno e a sua família. Para identificá-los trazemos aqui os dados postados por André Biernath (atualizado em 24 abr 2020) e disponível em https://saude.abril.com.br/alimentacao/principais-tipos-transtorno-alimentar/. Vamos falando aos poucos destes transtornos e abordando em nosso blog um de cada vez. Então fique atendo para nossas postagens.
1. Anorexia
2. Bulimia
3. Compulsão alimentar
4. Tare
5. Ruminação
6. Pica
7. Ortorexia
8. Vigorexia
9. Diabulimia
10. Drunkorexia
11. Fatorexia
12. Pregorexia
Hoje vamos falar um pouco sobre a anorexia.
A anorexia nervosa é caracterizada por uma restrição dietética auto imposta, com um padrão alimentar "bizarro" e acentuada perda de peso, que está associada a um temor intenso de engordar e à má percepção corporal, e que deve ser diagnosticada por meio dos critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV) e da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) (Fleitlich et al., 2000).
A doença normalmente tem início com um jejum progressivo, no qual primeiramente não são consumidos os alimentos calóricos, estendendo-se posteriormente a outros tipos de alimentos (Alvarenga, 1997).
É uma doença que aumentou sua incidência nos últimos 20 anos, principalmente entre o gênero feminino e em adolescentes. É um forte indicador que o pensamento dos “anoréxicos” caminha em torno de pensamentos bastante difundidos da sociedade contemporânea que é o culto a magreza e a beleza, tornando a condição de indivíduos de alto peso como um estigma gerador da “gordofobia”. Fato este que solapa de forma intensa a autoestima e o senso de felicidade e auto aceitação.
Como identificar um quadro de anorexia
Hábitos irregulares na alimentação
Exagerado apego aos padrões sociais de moda, de perfeição corporação, apelos da mídia.
Excessiva valorização da opinião do grupo de amigos.
Perda exagerada de peso sem aparentar causa.
Isolamento do convívio familiar, principalmente nos momentos das refeições.
Compulsão por alimentos diet e light.
Problemas psicológicos como depressão, ansiedade ou visão distorcida de seu próprio corpo
Interrupção do ciclo menstrual (amenorréia).
Atividade física constante e exagerada.
Como ajudar o portador de anorexia
Fazer acompanhamento médico
– o profissional escolhido deve ser um especialista bem indicado e que se torne o profissional de confiança da pessoa e sua família.
Ter um controle da dieta elaborada por um nutricionista e um nutrólogo
– como a doença está diretamente ligada à ingesta de alimentos é absolutamente necessário que estes profissionais façam esse acompanhamento da dietoterapia.
Acompanhar o uso da medicação indicada pelo médico
– a atribuição de elementos farmacológicos está diretamente ligada a gravidade do quadro de anorexia do paciente. Este deve tomar rigorosamente a prescrição indicada pelo médico e ser observado em seus comportamentos.
Fazer terapia com psicólogo
– a anorexia é um tipo de patologia para a qual a presença do atendimento de um profissional psicólogo é fundamental. Por meio dos atendimentos o paciente pode fazer uma reavaliação de suas auto percepções pessoais e uma retomada e redimensionamento dos estados afetivo-emocionais, bem como da interação socio-familiar.
Participar de atividades físicas
– está mais que comprovado que a prática de atividades físicas leva ao pleno desenvolvimento do corpo e da mente e colabora na expansão de elementos orgânico-corporais necessários para a cura do processo de anorexia.
Aconselhamento para a família do doente
– para obter sucesso no tratamento do paciente portador de anorexia a família deve ser igualmente acompanhada, desenvolvendo dessa forma uma rede sustentável de apoio para os membros e o paciente.
Desenvolver algum tipo de orientação espiritual
– os estados psicológicos do paciente – afetivos e emocionais – devem ser estruturados de diversas formas como falado anteriormente. Uma das quais mostra-se bastante eficiente diz respeito à busca do fortalecimento espiritual, seja por meio de ioga, meditação, aconselhamento espiritual ou participação em alguma corrente religiosa.
“O mais difícil de qualquer doença é encarar a nossa fragilidade.”
(Autor desconhecido)